
Biografia não-autorizada do Cantor Roberto Carlos, está desde 2006 proibida de voltar às livrarias
O baiano Paulo César de Araújo, natural de Vitória da Conquista é jornalista e historiador. Em 1990 teve a ideia de fazer um livro sobre o cantor Roberto Carlos, nesse meio tempo, surgiu seu primeiro livro “Eu não sou cachorro não” título extraído de um grande sucesso do cantor Waldick Soriano, que até discos queimados já teve por conta de algumas declarações do tipo: Jesus Cristo era um enganador. Lançado em 2002, pela editora Record, a procura de informações sobre a história da chamada e aclamada música cafona ou brega entre 1968 e 1978, anos da ditadura militar no Brasil, durou sete anos.
Dezembro de 2006 o autor lançou seu segundo livro “Roberto Carlos em detalhes” pela editora Planeta. A pesquisa durou 15 anos, foram mais de 200 entrevistas. Em 10 de dezembro de 2006 o cantor aciona a justiça com dois processos, um contra o Autor e outra contra a editora e se diz triste pelo fato de ter inverdades no livro. "Não li o livro todo, mas as coisas que eu vi e que tenho conhecimento me desagradam muito. Para começar, é não-autorizada. Tem coisas não-verdadeiras, que ofendem a mim e a pessoas queridas, expostas ao ridículo. É um absurdo, uma falta de respeito lançar mão da minha história, que é um patrimônio meu. Me sinto agredido na minha privacidade. Isso me irrita, me incomoda me entristece” disse o Rei ao site g1 da globo.com.
A biografia não-autorizada já aparecia na sétima posição no ranking dos livros mais vendidos da semana (5/11 à 11/12/06) do jornal Folha de São Paulo, editoria ilustrada.
Para o jornalista, Roberto Carlos se equipara a Bob Dylan e Beatles como fenômenos da música e relaciona os fatores para lançar o livro. ‘’A dois fatores fundamentais. São mais de 350 livros sobre o Bob Dylan nos Estados Unidos. Na Inglaterra são centenas de livros sobre Beatles. Embora o Roberto seja o correspondente brasileiro desses fenômenos, não tem a mesma quantidade de livros’’. Justifica em entrevista ao site da revista Quem. Segundo o autor, a biografia não-autorizada de Roberto tinha que ser esmiuçada, detalhada e só poderia ser lançada quando todas as suas questões fossem respondidas.
Em 27 de abril de 2007 a editora Planeta para de imprimir os livros devido a um acordo entre o cantor, o autor da obra e os advogados do Rei, foi decidido que as vendas seriam abolidas. Segundo a editora, foram impressos mais de 33 mil exemplares do livro desde sua publicação, 22 mil já tinha sido comercializado e 11 mil estariam em estoque que seriam entregues para Roberto Carlos. Com o acordo os dois processos passariam ser arquivados.
O derradeiro episódio desse imbróglio foi no último dia 11 de março de 2009. A biografia não-autorizada de Roberto Carlos continua proibida. A decisão ocorreu na 18ª Vara Cível do Rio de Janeiro e por voto da maioria dos desembargadores o recurso de Paulo César foi negado. Apesar da derrota o jornalista promete recorrer e se diz otimista. “Mais cedo ou mais tarde essa proibição se tornará insustentável”.